terça-feira, 9 de junho de 2009

isso é nostalgia meu bem.


e só o que sinto é saudades. Saudades dos últimos anos. Do ensino fundamental. Saudade daquilo que era meu e hoje só é. Saudades de alguns bebês. De algumas festas e dos meus conceitos. Saudades de quem eu costumava ser. E saudades dos amigos.

Dos amigos que eu esqueci, dos amigos que podem me dar um tiro e sempre serão meus amigos. Da minha melhor amiga. Das minhas amigas. As de verdade. Saudades de mentes não complexas. Simples. Saudades da época em que minhas neuroses eram somente neuroses e não verdades.

e as feiras culturais. Aquelas que eram de verdade. Aquelas que a gente passava uma semana inteira rindo. Dançando. Planejando. Aquelas que eram boas, excelentes. Mesmo pelo último lugar.

e as assinaturas no meu caderno deram espaço ao nada. e as feiras culturais foram substituídas. E o ensino fundamental é só passado. E bebês só depois da faculdade. Aquelas festas. Não vale mais a pena. E os meus conceitos? A vida mudou. Eu aprendi a amar menos. A me importar menos. A ignorar mais. E abaixar a cabeça. Eu me adaptei ao mundo real. E saudades dos meus amigos. E eu levei um tiro. Porque todos mudaram também. E eu não tenho mais dez anos. Eu convivo com pessoas que já podem votar -seja isso ou não um conceito de responsabilidade é um conceito de idade ao menos- E todos votarão nas próximas eleições. E eu também. Pessoas complexas. Mentes complexas. Segredos a serem desvendados.

Aprendi também a rir mais e mascarar sentimentos. E talvez nada disso fosse útil se eu não tivesse um passado pra admirar.

E as músicas do vizinho ficam cada vez mais altas. E melhores. Porque sim, elas são boas. Muito boas. E isso me agrada mais do que acordar com um amigo. Porque eu esfriei.

E o que eu sinto mais falta é da inocência e da vontade de mudar o mundo. Do sonho de nos candidatar a presidentes. Das tardes e tardes perdidas, organizando, Só organizando, pro dia seguinte. E das lágrimas quando o cansaço tomava conta e quando tudo dava errado. E do trabalho do manequim. E de uma turma de verdade. Uma turma unida. Uma turma engraçada. Uma turma que um ano separou, que a idade separou. Uma turma que todos sentem. Uma turma que mudou a vida. Pessoas que mudaram a vida. Bebês. Histórias pra contar e um caderno inundado delas. Assinaturas. E mensagens, que me trazem a saudade e que me lembram. E um país. JAPÃO. E é o melhor passado, o melhor ano. A melhor vida que alguém pode querer.

Só me restam lembranças, palavras, fotos. Só me restam os vestígios. O suficiente, porque quem tem uma passado desses não precisa de nada mais. Talvez só de um futuro agradável. Um outro caderno, tinta e papel.

1 comentários:

Debbys disse...

Seria mentira eu te dizer que tbm não sinto falta, até porque eu era feliz e não sabia... a vida era tão boa e eu reclamava tanto.. Do mesmo jeito que acho que aproveitei, acho que poderia ter aproveitado bem mais se soubesse que tanto estresse não valeria de nada pro futuro.. Mas de qualquer forma, acho que as lembranças servem pra gente analisar nosso atual estado mesmo.. xD
bjussss